31 de maio de 2014

O tal do punk

Nunca fui de gostar de punk rock. Sério. Todo mundo me pergunta o porquê e eu simplesmente falo que nunca me interessei. Daí lançam outra pergunta: "como assim você nunca se interessou ? Punk é vida, punk é radical, punk é..." Punk não é nada disso pra mim, simples. Aqui encerro meu saudável diálogo com algum fã (ou não).

Que coisa é essa de punk é radical ? E o termo mais clichê do mundo, "punk é vida" ?

A inversão de valores hoje está imensa, como todos e todas sabem. O punk, ao contrário do que muitos pensam, foi um movimento cultural que se relacionava diretamente ao acratismo e aos movimentos revolucionários. Era algo criado para chocar a sociedade, fosse por bem ou por mal. Ou seja, tanto abordava temas políticos e sociais como guerras, desemprego e violência, assim como abordava temas sexuais e diversão.

Onde eu quero chegar ? Ah bom, o que eu quero dizer é que o queridíssimo punk rock, tem o papel de se desconectar totalmente dessa sociedade medíocre e influente, tem os princípios básicos de uma sociedade ácrata, do "do it yourself", de não seguir padrões de moda, beleza ou comportamento.

E o que está acontecendo hoje ? Ah bom, hoje as pessoas estão desfazendo completamente disso que eu falei no parágrafo anterior. É aquele lance onde as pessoas usam uma mesma blusa por causa da moda; onde elas possuem o mesmo corpo, por causa dos padrões de beleza.

E na maioria das vezes, os próprios fãs do subgênero não fazem jus àquilo que pregam por aí. Acham que só baderna, bebedeiras e radicalismo resolverá nossos problemas políticos e sociais. Pelo contrário, sinto dizer, os que defendiam uma sociedade ácrata, eram severamente educados e criados para fazer aquilo que era certo. Tanta educação que não precisaria-se de ver policiais ou políticos nas ruas.

A minha conclusão é que escrevendo esse texto, pude perceber o porquê de eu não gostar do punk rock. Na verdade não é do punk que eu não gosto, mas na maioria das vezes, é daquilo que as pessoas que o ouvem fazem com ele: interpretam o subgênero de um modo contrário. E pior: divulgam-no de forma contrária.

Vou parar de falar agora, aliás, de escrever. Quero tentar deixar vocês, leitores, pensando um pouco nisso que leram.

NOTA: saibam que as fotos são altamente selecionadas para o maior proveito dos leitores (ops, neste post não tem fotos! HAHA). Ah, e aqui não tenho nenhum preconceito com subgêneros diferentes ou bandas diferentes. Aproveite! :)

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